Durante as muitas e frutíferas reuniões no Centro Apta Cana-de-açúcar, do Instituto Agronômico, em Ribeirão Preto, SP, a economista e doutora da Unicamp Mirian Hasegawa e o economista Dr. Alceu de Arruda Veiga Filho, do Instituto de Economia Agrícola, sempre alertaram a mim e a meus colegas sobre a necessidade de registrarmos \em papel\" o nosso conhecimento tácito a respeito dos objetos de nossas pesquisas. Por muito tempo adiei a tarefa, alegando ora uma coisa, ora outra, até que um dia enchi-me de coragem e comecei a redigir o texto, agora apresentado, sobre a cigarrinha-das-raízes em cana-de-açúcar. Procurei reunir a literatura recente sobre o assunto, mas alguns temas, como eficiência de medidas de controle biológico em condições de campo, carecem de estudos mais detalhados. Alguns assuntos exigiram especial atenção e, muitas vezes, refiz cálculos e tabelas, reformulei idéias e alterei a redação do texto na busca de transmitir definições mais corretas, especialmente aquelas envolvendo nível de dano econômico e viabilidade econômica da aplicação de inseticidas químicos.
Apesar da carência de perfeição, da falta de alguns dados concretos para apoiar certas idéias, reuni aqui o conhecimento adquirido ao longo dos últimos anos. É, portanto, uma visão pessoal a respeito dos danos e do manejo integrado da cigarrinha-das-raízes, moldada às custas da experimentação, do acompanhamento de áreas comerciais infestadas pela praga e da discussão do assunto com colegas e colaboradores. Apesar disso, é uma visão incompleta, como não poderia deixar de ser. À luz de novos conhecimentos, alguns conceitos poderão ser alterados e outros, introduzidos. O assunto não se encerra por aqui, obviamente! E, alias, encerrar o assunto nunca foi o objetivo. Qual foi ele então? Auxiliar agrônomos e técnicos que trabalham com cana-de-açúcar a adotar técnicas de manejo integrado, visando diminuir os prejuízos causados por uma das pragas mais importantes da cultura, atualmente: a cigarrinha-das-raízes.
Quero registrar que nada fiz sozinha. Para moldar o conhecimento às custas de experimentação e discussão, contei com apoio constante, imensurável e indispensável de técnicos e agrônomos de usinas, de empresas de agroquímicos e de maquinas e implementos agrícolas, produtores de agentes de controle biológico, fornecedores de cana e de funcionários e pesquisadores do IAC. Contei também com a paciência e compreensão da minha familia. A todos agradeço sinceramente.